Karle e o filho Lorenzo morreram no dia 30 de outubro, no Hospital Maternidade Dona Regina, em Palmas. Segundo a polícia, médica que fez atendimento no dia anterior agiu sem a devida cautela exigida pela situação ao não solicitar exames ou encaminhar grávida para especialista. Karle Cristina Vieira estava grávida de 39 semanas. Ela e o bebê morreram no Hospital e Maternidade Dona Regina.
Arquivo Pessoal
A médica responsável pelo atendimento da paciente Karle Cristina Vieira Bassorici no dia 29 de outubro de 2023, no Hospital Maternidade Dona Regina, foi indiciada pela Polícia Civil por homicídio culposo. A paciente e o filho Lorenzo morreram após o parto no dia seguinte. Para a polícia, houve negligência no atendimento à vítima.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgou apenas as iniciais da médica: M.S.C. O g1 não conseguiu contato com a defesa dela. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que a médica não faz mais parte do quadro de servidores (veja a nota abaixo).
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Grávida de 38 semanas, a técnica de enfermagem Karle Cristina foi ao Hospital Dona Regina, por volta das 21h30 do dia 29 de outubro, com queixa de febre e dores lombares, segundo a família. Ela recebeu medicação e foi liberada.
No dia seguinte, a técnica de enfermagem voltou à unidade com dores com sangramento. Foi feito o parto, mas o bebê teria nascido sem vida, segundo a Secretaria Estadual de Saúde – a família questiona essa informação e diz que Lorenzo teria sido submetido a procedimentos de reanimação. Karle morreu horas depois. O laudo apontou um tromboembolismo pulmonar como causa da morte.
O caso foi investigado pela 3ª Delegacia de Polícia de Palmas. Conforme a SSP, a gestante tinha alto risco e sintomas que sugeriam complicações graves, mas a médica não adotou medidas básicas de investigação clínica e obstétrica.
“Após extensa análise dos depoimentos colhidos, laudos periciais, prontuários médicos e demais elementos de prova, foi constatado que a médica M.S.C., responsável pelo atendimento de Karle no dia 29 de outubro, agiu de forma negligente ao não adotar medidas básicas de investigação clínica e obstétrica compatíveis com o quadro apresentado pela paciente”, informou a polícia.
O inquérito concluiu que a ausência de exames essenciais, como ultrassonografia e monitoramento de batimentos cardíacos fetais, bem como a falha em encaminhar a paciente para avaliação obstétrica ou manter observação hospitalar, contribuiu diretamente para o agravamento do estado de saúde de Karle e de seu bebê.
“No dia seguinte, mesmo com o esforço da equipe médica para intervir emergencialmente, o quadro já havia se deteriorado, culminando no desfecho fatal”, afirmou a polícia.
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Indiciada por homicídio culposo
A médica foi indiciada pelo crime de homicídio culposo, previsto no artigo 121, §3º, do Código Penal Brasileiro, por agir sem a devida cautela exigida pela situação.
O inquérito será encaminhado ao Ministério Público, que dará prosseguimento ao caso junto ao Poder Judiciário.
“A conclusão célere do referido inquérito reforça o compromisso da Polícia Civil com a transparência e a imparcialidade em suas investigações, sempre buscando justiça e respostas para as famílias afetadas”, afirmou a polícia.
Vistoria e pedido de regularização
Tanto o Ministério Público Estadual (MPE) como o Conselho Regional de Medicina fizeram vistorias no Hospital e Maternidade Dona Regina. Foram apontados problemas estruturais e grande volume de trabalho para poucos profissionais nas escalas.
O MPE entrou com uma Ação Civil Pública pedindo que o Estado regularize a escala de obstetras e pediatras na sala de parto do Hospital e Maternidade Dona Regina.
Íntegra da nota da Secretaria de Estado da Saúde
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que a referida médica não faz mais parte do quadro de servidores da Pasta e as investigações internas pelas comissões de óbito e de revisão de prontuários, do Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos, bem como da Corregedoria da Saúde seguem em curso para a apuração dos fatos no acolhimento da paciente Karle Cristina Vieira Bassorici e seu filho Lorenzo.
A SES-TO reitera seu profundo pesar pelo falecimento da paciente e seu bebê e coloca-se à disposição dos familiares para o apoio necessário.
Por fim, a Pasta pontua que colabora com todos os demais órgãos envolvidos, na elucidação dos fatos.
Fonte: G1 Tocantins